sexta-feira, 8 de abril de 2011

TPM MALDITA - A culpa é da TPM !

Maldita TPM e seus hormônios que me fazem chorar com comerciais de margarina. Não entendo tanta coisa que passa aqui na minha cabeça que, uma vez por mês, coloco a culpa no meu ciclo menstrual. Porque é sempre uma boa desculpa.

Posso comer chocolate, posso ter um ataque de raiva (ou mais de um), posso chorar com aquele episódio nada inédito da minha série favorita, posso me apaixonar de novo, posso roer as unhas, posso ficar de pijamas o dia inteiro e posso, inclusive, morrer de saudade.

Sim, porque na TPM a gente morre.

Ontem eu morri de tristeza e de melancolia e de medo e de amor. Hoje acordei viva, de novo, querendo morrer de saudade.

A saudade, em si, veio com umas mil caras diferentes. De repente é o rosto da vó Helena ou aquele apartamento no prédio redondo. De repente, são as vozes de pessoas que há muito não vejo e é também o sorriso tranqüilo do meu pai. A saudade trouxe a cara de Daniel Bonfim e este menino, por sua vez, tem o dom de me fazer chorar com mensagens que me manda pelo facebook. A saudade tem o clima de Curitiba e, mais especificamente, combina com a voz da Kate Nash. E da Adele. A saudade tem o elevador do Palácio das Araucárias e tem, também, cada uma das broncas do mostro Tomás. A saudade tem uma câmera na mão e tem o Israel, puto da cara pelo atraso de cinco minutos. A saudade parece a Sindy tomando cerveja no Muqifo. E a saudade parece, também, o apartamento da Ana. E o da Letícia. A saudade tem as paredes verdes da casa do Emer.

Aí o tal do Daniel Bonfim me mandou um link. Cliquei. Tava lá: aquele post que ele escreveu quando resolvi ir embora. Parece que ele também sentiu o que sinto agora.

Aí eu choro de novo e boto a culpa na TPM…

Aí eu percebo que tenho artigos para escrever e que hoje estou sem a mínima inspiração e vontade.

Aí eu vejo aquele pote de sorvete de chocolate. E eu odeio sorvete de chocolate. Mas serve. É doce.

E começa um episódio de Friends. Vontade imensa de correr para a casa da Andi. Eu queria um abraço hoje.

Vó Helena, do alto de seu Alzheimer, vê que entro no quarto e me dá um sorriso. Podia tanto ser um abraço de vó… Chego perto, digo oi e lhe dou um beijo no rosto. Quando vou me afastar, vejo que ela quer retribuir. Volto. Ganho um beijo da minha pequenina. Obrigada, vó.

Comprei um perfume novo e estou de olho num site com promoções incríveis de sapatilhas. Do sentimentalismo ao consumismo em apenas dois minutos.

A saudade, filhadaputa, continua. Tenho vontade de ligar para alguém e não sei quem. Odeio falar ao telefone. Odeio MSN. Amo e-mails.

Um dia eu vou escrever um livro. Um dia, termino alguns que já comecei. Um dia vou aprender a não ser amiga do carinha que estou a fim. Um dia eu vou terminar estes artigos. Um dia vou ter a minha casa de novo. Só minha. E não de quem quiser.

Maldita TPM, malditos hormônios, maldita carência e maldita crise de choro. Uma vez por mês é assim: não sei se vivo ou se finjo que morro.

Lisboa é logo ali. E eu sei que vou chegar.

Pensando bem, espero que ninguém me ligue. Vou para mais um episódio de Friends. Se estivesse frio, iria bem um vinho. Tem suco de uva gelado. Deve servir.

Maldita TPM.
Que acabe logo, antes que eu tenha um chilique.
Maldita TMP!
Vá embora, antes que eu peça para que fique.